domingo, 1 de julho de 2012

Aproximadamente às 12:00 do dia 14/05/2012, ausentei-me do meu local de trabalho e me dirigi ao restaurante Recife Antigo, situado à Rua Capitão Lima, nº 94, Santo Amaro, Recife/PE, a fim de almoçar e em seguida retornar às minhas atividades laborais de costume. Ao entrar do estabelecimento, dirigi-me à parte inicial do buffet para pegar pratos e talheres. No estabelecimento havia aproximadamente oito clientes e quatro funcionários na área destinada ao buffet. Apesar de já ter percebido falhas no treinamento dos funcionários do restaurante, haja vista constantes correções de uma funcionária mais antiga aos demais, continuei no intento de me servir, pagar pelos serviços e retornar ao local de trabalho. Ao aproximar-me do balcão de pratos quentes, uma funcionária, sem qualquer aviso prévio, agindo de forma imprudente e negligente, levantou uma das bandejas de comida e abasteceu com álcool um dos fogareiros que mantinham a comida aquecida. Ressalte-se que os fogareiros dessa parte do buffet não ficavam a mostra e sim abaixo da bancada de mármore, não dando qualquer possibilidade de defesa aos clientes em caso de um acidente. A funcionária não utilizou recipiente pequeno que contivesse pequena quantidade de álcool, mas aparentemente uma garrafa inteira. A tragédia ora anunciada efetivamente aconteceu com a explosão do recipiente de álcool, quando fui violentamente atingido pelo combustível em chamas. Inicialmente meu braço direito foi atingido diretamente pelo combustível que logo em seguida incendiou a camisa que vestia. Não houve nenhuma tentativa, por parte dos funcionários em extinguir o fogo que me atingiu. Como a responsável pela explosão também foi atingida pelas chamas, outra funcionária correu em sua ajuda conseguindo apagar o fogo que consumia suas roupas de trabalho. Na ausência de socorro e em total desespero, rasguei a camisa em chamas e com o corpo virado sobre o braço consegui apagar as chamas que o consumiam. Corri em direção à saída e fui socorrido por outro cliente que felizmente não havia sido vitimado, e estava próximo a mim quando da explosão, tendo o mesmo presenciado todos os fatos aqui denunciados. No caos que se seguiu fui levado por uma funcionária a um chuveiro de um banheiro do restaurante a fim de molhar as extensas queimaduras, numa vã tentativa de diminuir a dor. Após isso não obtive qualquer socorro por parte dos funcionários. Eu mesmo liguei para colegas que trabalho que providenciaram um carro para o socorro. Fui levado à Clínica de Queimados, situada na Av. Agamenom Magalhães, onde foram feitos os primeiros socorros e em seguida encaminhado para o Hospital Esperança para ser medicado para dor. No dia seguinte (15/05/2012) fui internado no setor de queimados no Hospital São Marcos, sob os cuidados de um excelente cirurgião plástico, onde segui internado por quinze dias. Fui submetido a três debridamentos cirúrgicos e outros procedimentos para tratamentos das queimaduras que, segundo o médico, atingiu pouco mais de 20% (vinte por cento) do meu corpo, sendo classificado como médio queimado. As queimaduras, em sua maioria, foram de 2º e 3º graus, atingindo primordialmente o tórax direito, sendo o braço mais atingido. Houve lesão na face direita e pescoço. As despesas hospitalares foram cobertas pelo meu plano de saúde, e as despesas com medicamentos, roupas e alimentos especiais para tratamentos de queimados comprados com recursos próprios. Estou fazendo uso de medicamentos para dor, sigo em tratamento fisioterápico para restauro dos movimentos do membro afetado, e certamente irei ser submetido a cirurgias estéticas.Esse foi o começo.

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